Poesia no metrô
28/03/12 19:14O metrô da cidade de Nova York acaba de anunciar a retomada do projeto Poesia em Movimento, depois de uma interrupção de quatro anos.
Iniciado em 1992, o projeto leva ao metrô de Nova York trechos de poesias e reflexões, estampados em pôsteres dentro dos vagões.
Agora, os poemas e frases serão acompanhados de detalhes de obras de arte e também aparecerão na forma de animação em telões eletrônicos em algumas estações. Os telões serão colocados em caráter experimental nas estações Grand Central Terminal, Pennsylvania Station, Bowling Green, Atlantic Avenue-Pacific Street e Jackson Heights-Roosevelt Avenue.
“Nossos clientes vivem nos dizendo que até mesmo o menor investimento em arte e música no metrô faz uma enorme diferença para eles”, disse Joseph J. Lhota, diretor da Metropolitan Transportation Authority, empresa responsável pela administração do metrô nova-iorquino.
O primeiro poema da nova fase do projeto já foi escolhido: “Graduation”, de Dorothea Tanning, escritora americana que morreu em janeiro passado, aos 101 anos.
Em São Paulo, algumas estações de metrô expõem obras de arte, como a escultura de Alfredo Ceschiatti na estação da Sé, e outras exibem painéis com versos, trechos de música e informações históricas, como a estação Santa Cecília.
E no metrô da sua cidade? Há iniciativas parecidas?
Em 2001 a CPTM criou o projeto ‘Poesia na Estação’ com exposição de obras de Vinicius de Moraes.
Nada contra. Porém gostaria que os poetas paulistas também fossem lembrados.
Em Barcelona segue, por exemplo, a exposição de Miró e sempre há de poesias.
Final do ano ao voltar para o Brasil sentiremos falta dessas iniciativas. Mesmo que não seja em um Metrô.
Eu gosto muito de Fernando Pessoa e Florbela Espanca. Camões é uma referência da mais alta expressão da poesia em língua portuguesa. Lembro-me que José Guilherme Merquior deu uma entrevista em que dizia que nas horas vagas ele lia Camões e Ana Cristina César gostava muito de Fernando Pessoa e Florbela Espanca. Sem dúvida o Brasil é um país de grandes poetas, Drumond, Bandeira, Jorge de Lima, mas a atração de ler e continuar lendo Fernando Pessoa é irresistível.
Vale lembrar que, no metrô de São Paulo, há uma enorme discrepância: a quantidade de poemas de literatura portuguesa é bem maior que de literatura brasileira. Alguém consegue explicar isso, levando em conta a riqueza de nossa obra poética?