Os limites da publicidade em locais turísticos
11/05/12 19:51Nesta semana, a fabricante de automóveis Ferrari teve que pedir desculpas aos chineses por conta de uma ação de publicidade realizada na Muralha da China.
Durante o evento de promoção da marca, um automóvel modelo Ferrari 458, avaliado em 733 mil euros, foi alçado por uma grua até a parte superior da muralha, onde seu motorista realizou diversas manobras.
A ação deixou diversas marcas de pneu no piso da muralha e enfureceu muitos chineses. Várias pessoas questionaram o uso do local histórico, de grande importância para o país, em uma ação publicitária. As críticas levaram a montadora italiana a pedir desculpas à China.
Você acha que locais históricos deveriam ser vetados a eventos de publicidade ou acredita que essas ações podem ser realizadas, desde que respeitem o local?
Desde a lei Cidade Limpa passei a ver a publicidade como inimiga da qualidade de vida das cidades. Lembro de São Paulo antes da lei: era de enlouquecer. Um inferno em forma de bombardeio de anúncios fazia desta cidade um lugar hostil ao olhos e à saude mental.
Com a retirada dos outdoors, placas, cartazes, back lights e outros a cidade revelou-se. A arquitetura do belíssimo centro velho agora é fotografada pelos turistas, algo que não ocorria antes. De patinho feio, São Paulo tornou-se referência mundial e outras cidades brasileiras seguiram o exemplo.
Já nos anuncios de TV o efeito é o contrário. A propaganda acaba disseminando positivamente a imagem da cidade país afora. Talvez pela magia que a TV empresta, sei lá, o fato é que São Paulo é fotogênica.
A propósito, no blog do Raul Lores há um belo vídeo da Dow filmado em São Paulo, na Imigrantes e na estação ferroviária central de Campinas. Veiculado no Youtube, o vídeo é mostrado diariamente na TV americana. Podemos sentir ali o efeito positivo propiciado por uma boa propaganda, a que não agride a paisagem urbana.