O "free shop" de chegada em Cumbica
31/08/12 17:44A fila no free shop de chegada no domingo passado, às 7h30 da manhã, no aeroporto internacional de Cumbica (Guarulhos), dava nó.
Quem fez compras ao chegar de um voo internacional nesse dia gastou pelo menos uma hora para pagar pelas mercadorias.
A concessionária Dufry, a maior e bem dizer a única exploradora das lojas francas nos aeroportos brasileiros, certamente não parece preocupada com a concorrência, virtualmente inexistente.
Mas a realidade do último domingo não é muito diferente da do dia a dia em Cumbica. Com filas infinitas nos dias de maior afluxo de chegada de voos internacionais e com geladeiras nem sempre devidamente refrigeradas nos balcões que vendem frios e queijos, essa loja está longe de ser o sonho do paulistano, que lá compra até porque não dispõe de outra opção no local.
De todo modo, em todo o mundo, o free shop na chegada já é, em si, uma anomalia. Em geral, a loja é franca e vende mercadoria livre de impostos quando está localizada na zona de embarque, pois se trata de incentivar uma “exportação” quando o passageiro deixa o país.
Entre nós, é na chegada do voo internacional que está a fila maior, fazendo do Dufry, que vende roupas, eletroeletrônicos, artigos esportivos, brinquedos, bebidas e guloseimas estrangeiras, um concorrente direto do comerciante paulistano normal, aquele que certamente paga impostos salgados para vender os mesmos produtos “importados”.
Ainda que o Brasil decida manter lojas francas no desembarque internacional de passageiros, como no caso de Cumbica, não seria desejável que houvesse concorrência e mais de uma loja desse tipo? E as geladeiras que não gelam e que vendem caviar, salmão defumado e outros quejandos, não deviam ser objeto de fiscalização sanitária?