São Paulo e Rio, duas das maiores cidades brasileiras, têm aeroportos infames, totalmente inseguros também no aspecto de falta de câmeras monitoradas, do sumiço de malas etc.
Recentemente a TV Folha acompanhou uma inspeção surpresa do Ipem que detectou discrepâncias _para mais e para menos_ em 15% das balanças do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), e de quase 40% das balanças de Congonhas, em São Paulo…
E agora esta Folha de S.Paulo revela que, em Cumbica, um radar antineblina instalado em janeiro simplesmente ainda não funciona, embora tenha custado quase R$ 9 milhões de dinheiro público.
Aqui, qualquer nevoeiro mirim trava a Ponte-Aérea Rio/São Paulo, deixando na mão uma elite de passageiros que pagam caro pelo serviço e que é especialmente importante para a economia brasileira.
E em Cumbica, onde são operados mormente voos internacionais, o tal sistema de sinalização (caríssimo1) que poderia estar operando para evitar as constantes interrupções de pousos e decolagens está, desculpas esfarrapadas à parte, parado.
Se estivesse operando, o novo radar de superfície poderia, mesmo com fortes nevoeiros, auxiliar pilotos até mesmo em casos de visibilidade próxima de zero.
Já imaginou se tivéssemos nevascas como as que ocorrem em Chicago, nos EUA, ou nos países do norte Europeu acometendo esses aeroportos brasileiros, que nunca saem da idade das trevas?
Enquanto o radar continua inoperante, o tempo passa e a Copa do Mundo, que o país pretende hospedar em 2014, fica também à mercê de obras que, prometidas, continuam na estaca zero.
Quem se lembra a história do trem-bala que virou trem nenhum? Pois é, não temos sequer um trem bonzinho, mas o governo federal cogitou capitanear a construção de um bilionário trem de alta velocidade para andar a 300 km/h!
Nesse meio tempo, a marginal que em São Paulo leva ao aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, vive atolada de caminhões o tempo todo, com o contribuinte que acreditou no trem a ver navios!
Há quem diga que a solução (mágica!) vai ser decretar feriados durante os jogos da Copa do Mundo, diminuindo a velocidade da economia brasileira para que as vias que levam aos principais aeroportos possam fluir minimamente durante o evento.
Não deixa de ser mais uma solução “bem brasileira”, daquelas que envergonham quem esperava um pouco mais dos administradores públicos brasileiros, que andam a passos de tartaruga quando o assunto é resolver os principais nós do país.
Perdemos nós e perde o turismo brasileiro, cujo desempenho, desde sempre, é um dos mais medíocres do mundo.